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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Queria poder negar...

Luiza Agostinho Pena

As vezes fazemos coisas que gostaríamos de negar, mas que são situações delicadas, que podem envolver até sentimentos. Não sabemos qual será a reação das pessoas perante as nossas respostas, não sabemos se isso as machucará, mas sabemos que não podemos negar, negar de que erramos.
Talvez quem negue seja um covarde, talvez quem negue seja um perdedor, mas talvez, quem negue, seja uma pessoa sensível, que não quer machucar as outras, talvez seja apenas um pretexto para amar.
Cada situação tem seus problemas, agir de forma certa perante todas elas é uma coisa que adiquirimos com um tempo, isso nos faz crescer muito. O mundo não tem tantos segredos quanto parece, as pessoas podem pensar diferente, mas têm um senso das coisas iguais.
O dia que a humanidade aprender como agir, e adiquirir o senso que precisam, o mundo terá um pouco mais de paz...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sonhos vs Realidade

Luiza Agostinho Pena
Eu acordei meio assutada, com o som de badaladas de um relógio, saindo do transe de um sonho magnífico. Estava eu sentada na beira de uma montanha, observando o pôr do Sol, com todas as pessoas que amo ao meu lado.
Ah! Sim! Foi maravilhoso, pessoas que se foram, pessoas que eu não via a anos, amigos do passado, amores... Todos aqueles que marcaram a minha vida, meu coração.
Pena que foi um sonho, queria que aquilo fosse a mais pura realidade, sonhamos com tantas coisas! E as vezes nenhuma delas se realiza. Lutar somente não é o suficiente, mas a sorte as vezes ajuda, o destino também.
O Suor do nosso corpo é a prova disso, quantas pessoas lutam a vida inteira por um sonho, e acabam indo embora sem alcançá-lo? Quantas rezam com tanta fé, para um dia conseguir o que quer?
Será que essas pessoas querem mesmo que seus sonhos se realizem? Será que elas não vivem numa ilusão eterna, onde a mente está sobre o coração?
Sonhos... ilusão, essas palavras tem uma certa semelhança, mas eu acho seus significados muito distintos entre si. Se todo o sonho fosse ilusão, de que viveríamos?
Eu tenho essa resposta. Viveríamos de ódio, desprezo, violência, e de tudo que servisse para substituir esse vazio no nosso coração. Porque por mais que a gente sonhe, mesmo que seja pouco, estaremos tapando um buraco importante no peito.
Acho que para alcançármos, um dia... talvez, estes sonhos. Primeiro deveríamos entender "qual" buraco em nosso peito estamos tapando, entender se não estamos tentando substituir alguma coisa, se estamos tentando amenizar uma ferida, se não estamos apenas ignorando sentimentos.
Antes de corrermos atrás de nossos sonhos, devemos entendê-los, e analizar se realmente aquilo é um sonho... ou se só mais uma janela em nossa vida, uma passagem, uma página, que se virará o mais rápido que você pensa...

domingo, 14 de setembro de 2008

A zebra

Luiza Agostinho Pena

Estava eu, andando por um desses parques aí, quando vi um pequeno aglomerado de crianças em volta de um senhor (que me parecia um doce velhinho), prestando muita atenção no que o mesmo dizia.
Não sei por quê, aquilo me chamou a atenção, e fui ver do que se tratava. O senhor contava uma história sobre uma zebra...
Dizia ele, que onde ele morava, tinha de muitos animais, cavalos, veados, vacas, tudo quanto é bicho que você imaginar. Mas que, em especial, havia uma zebra que havia acabado de dar a luz. Uma linda zebrinha, que mal nasceu e já estava tentando ficar de pé.
Ele já havia visto muitas cenas de nascimentos, mas que aquela, em especial, lhe chamou a atenção. E presenciou o momento até "as duas" estarem bem.
Voltando para sua casa, ele pensou: "por que será que os filhotes de equínos sempre tentam ficar de pé? Logo ao nascer?"
Ficava impressionado com a força de vontade que os pequenos animais tinham. Tão pequenos e singelos, que por um ato de instinto, ficam de pé pela primeira vez. Não é lindo?
Mas esqueceu daquela história e foi para seus aposentos.
No outro dia, passou pelo mesmo caminho, só para ver a zebrinha, observava seu crescimento, seus passos, sua vida. Até que depois de 2 anos, ela não estava mais lá.
Foi perguntar a algum empregado da tal fazenda, o que houve com a zebrinha. O empregado disse que levaram a mãe e cria para um zoológico na cidade, pois não era dentro da lei tratar de animais como zebras numa fazenda.
Ele ficou meio pasmo, talvez por susto, nem dera para se despedir da "amiga", pensou: "um dia vou nesse tal zoológico para vistá-la". E assim se conformou.
Passou-se 1 ano e meio, e o bom velho teria que ir à cidade, para vender algumas hortaliças que sobrara das vendas na fazenda. Assim foi, e ao acbar seu trabalho, lembrou da zebra. Então resolveu que iria ao zoológico vê-la.
Chegou bem no momento, a pequena zebrinha (que não era mais pequena assim), estava pronta a dar a luz a uma cria. E ele chegara bem no momento (seria coincidência? Já era a segunda vez que isso lhe acontecia), viu todas as etapas do parto, e assim, nasceu sua amada cria.
Estava estupendo! Incrivelmente alegre! Parecia mais emocionado quando na vez anterior. Lembrou-se da zebrinha tentando dar seus primeiros passos, e aguardou que o filhote fizesse o mesmo.
Mas, ele não o fêz. Ficou deitado no chão, sem nenhum estímulo para se levantar. O senhor ficou na espectatíva de pelo menos uma tentativa, mas fora em vão. A pequena cria ficou parada.
Não se conformou, por que a zebrinha não se levantava? Por que?
Foi então que a zebrinha, esparramada no chão, encurvou sua cabeça e encarou-o, com um olhar penetrante que lhe deu todas as respostas.
Nascera a tal zebrinha, num quarto fechado, com vários veterinários e etc. Onde estava o ar puro, o verde em volta, o céu azul? A primeira insprada de ar que daste para conhecer o mundo? Pois é, a zebra deu esta "inspirada de ar", e o mundo que ela conheçeu foi outro, que não lhe deu nenhum estímulo para levantar.
O velho começou a sentir um forte aperto no peito, e então, resolveu construir estímulos para as pessoas.

E hoje o tal velho estava lá, no tal parque onde eu caminhava naquela manhã, o parque que ele próprio criou, o parque que ainda tinha o céu azul, o verde e o ar puro, que lhe dava estímulo para contar suas histórias, e principalmente ser feliz

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A Bola


Luiza Agostinho Penas
Suado, com o Sol forte perante sua cabeça, estava Flávio, chutando uma velha bola de futebol, para lá e pra cá, sem um objetivo concreto, estava pensando.
Foi interrompido por sua mãe, que o chamava para o banho. Ele recusou, deixando a mãe bem nervosa, que o ameaçou cortar-lhe o video-game se ele não fizesse o que ela pedia.
Ele queria tanto ver o pôr-do-sol, mas a mãe puxa o garoto pela orelha, que chora reclamando e esperniando. Sua mãe não era tão rígida assim antes da morte do marido, já foras o segundo. O primeiro, que morreu com uma doença estranha aí, ela teve um menino e uma menina, que já estão no extrerior trabalhando. E o segundo, que morreu muito cedo, teve Flávio, que estava perto dos 11 anos, este já morrera bem cedo, o Menino tinha apenas 1 ano e meio quando ocorreu, e que nunca entendeu o verdadeiro significado da palavra mãe.
Flávio sempre ia dormir cedo, cedo mesmo! Lá pelas 18:00h, por ordens da mãe. Que aliás era só isso que ela fazia, só dava ordens, nunca dava amor, carinho e nem apoio.
A noite, antes de dormir, o menino pegava aquela mesma bola velha e começava a conversar com ela. Sobre várias coisas, principalmente para reclamar da mãe. E a bola sempre concordava com ele, lógico, ele era seu dono, ela tinha que concordar.
A bola ia de segurança com Flávio para todo o canto, para a escola, para a casa da avó. Um monte de lugares. E era da casa da avó que Flávio mais gostava (e a bola também), pois ela contava sobre um monte de histórias de seu pai quando era mais novo, mais ou menos da sua idade. Um pai que ele nunca conheceu.
Voltava da casa da avó e ouvia sua mãe reclamando, "como eu tenho tanta falta de sorte? Perder 2 maridos em menos de 3 anos?" era assim sempre, acabava que no final de tudo, a mãe botava a culpa em Flávio.
Qualquer coisa errada que ele fazia, a mãe ia e batia, ou pior, batia e também castigava, o chamava de inútil. O torturava psicológicamente.
Acredita que quando tinha 10 anos, foi parar num hospital por causa da mãe? Ela lhe deu um soco tão forte na nuca, que ele perdeu o ar, dizem que ela ficou desesperada, mas Flávio duvidou, ele disse para as tias que se ela se procupasse tanto assim com ele, por que tinha batido? E as tias sempre respondiam que era para o bem da eduação dele.
Educação, educação... Flávio achava "educação" a coisa mais idiota do mundo, sempre era culpa da educação que ele tomava bronca. Ele sempre contava para a bola, um monte de coisas erradas que essa tal de educação fez (a bola sempre concordava). Dizia ele que um dia quebraram a janela do vizinho e botaram a culpa nele, mas na verdade foi a Educação. Também foi a Educação que quebrou o brinco da mamãe. Ela era uma safada!
Ele estava na rua, no portão de casa, com a bola no colo e chupando um picolé de uva. Então a mãe chegou do trabalho e viu ele. Ahhh! Pra que?! Ela xingou ele tanto, que as orelhas ficaram até vermelhas. Só parou porque a vizinha chamou a mãe de Flávio para ver a novela.
Um dia, a empregada que ajudava a mãe de Flávio se demitiu, não se sabe por que. E ela não achou ninguém para fazer a detetização na casa (aquele bairro é cheio de escorpiões, a prefeitura obrigava fazer detetização toda semana). Fazer detetização era fácil fácil! Era só pegar um veneno e por em volta do muro, que os escorpiões não entravam de jeito nenhum!
A mãe de Flávio era muito ocupada, trabalhava até no domingo, raramente tinha tempo para fazer a detetização. Então como não achou ninguém, sobrou para o pobre do Flávio. Ele recusou, pois falava que fedia muito. A mãe dizia "você não via a Juliana fazer detetização toda semana? É só fazer que nem ela uai!" Acabou que ele aceitou, também não queria morrer de picada de escorpião. Naquele fim de mundo? O hopital mais perto era a 60km dalí.
Então toda semana Flávio detetizava a casa (mas sem a máscara de proteção, a mãe sempre esquecia de comprar).
História vem, história vai, tem muita história para contar. Mas vou direto ao ponto. Isso foi no dia seguinte do aniversário de 12 anos de Flávio. Ele estava ajudando a mãe a organizar a casa, estava tudo uma bagunça! Meu deus! Tinha copo pra todo lado, o chão estava melando, tinha pedaço de bolo até na parede! A casa estava o caos.
Até que Flávio começou a passar mal. Mas começou a passar mal mesmo. Sentia dores fortes que arranhavam seus pulmões, tossia muito, e as vezes umas dores no estômago, como se fosse fincadas.
A mãe achou que era tudo uma farsa, só para não ter que trabalhar. Xingou ele mandando parar com essa "palhaçada" e voltar a trabalhar. Ele continuava a tossir fortemente e reclamar que estava doendo muito. A mãe foi e lhe deu três tapas na cara. Falando que era sua última chance.
Ele, sem escolha, voltou a trabalhar, mesmo passando mal. A bola observava tudo, cada detalhe, olhava para o menino dizendo "força".
Passaram alguns dias, e essa dor foi só piorando. Ficou de cama umas três vezes nos últimos dois meses, mas a mãe recusava a chamar um médico.
Mas teve um dia que a situação piorou, Flávio começou a tossir sangue, e uns pedaços de tecidos, estava com falta de ar e muitas dores, em várias partes do corpo. A mãe não teve escolha, teve que levá-lo ao médico, (aquele de 60 km), e Flávio foi internado em estado grave.
Depois de dois dias de exames, descobriram que Flávio estava intoxicado com uma substância usada para matar escorpiões, e que era de mais tempo.
Todo dia ia alguém dar notícias de Flávio para a bola, ela estava muito preocupada com o amigo. Queria ir visitá-lo no hispital, mas ninguém a levava.
Até que o pior aconteceu, foi na madrugada de uma terça-feira se não me engano, Flávio começou a entrar em um estado crítico, com muita, muita falta de ar. Precisou da ajuda de equipamentos, mas nada adiantou, não dava mais para salvá-lo.
A mãe entrou em lágrimas, resmungava que ele não usava as máscaras de proteção, que ela não merecia perder mais um na família. Que os únicos que tinha agora estavam distantes. Que a vida dela tinha acabado.
A mãe voltou para casa chorando mais ainda, viu a bola do menino jogada no quintal, esperando notícias, ela pegou a bola e apertando-a contra o peito, chorando e dizendo:
_Ele morreu, eu não acredito!
A bola levou um susto! Seu melhor amigo havia partido, sentiu um vazio no peito difícil de explicar.
A mãe decidira que não queria lembranças de ninguém na casa, jogou tudo fora, inclusive a bola.
Nunca mais se ouviu falar dela, dizem que ela saiu da cidadezinha e que nunca mais foi vista. Alguns dizem que ela se suicidou, outros dizem que ela está morando com um dos filhos mais velhos agora, outros já falam que ela se casou de novo e está vivendo no exterior.
Mas quem me contou essa história foi a própia bola, eu estava conversando com ela outro dia mesmo, ela me disse que depois que foi jogada fora, um menino de rua a achou, e que brinca com ela todo dia no campinho, com uma turminha bem legal, ela está super feliz. Mas adimite que sente muita falta do Flávio.
Quem não sentiria?

A real beleza da noite

Luiza Agostinho Pena

Talvez um dia, essa conspiração constante acabe. Em que é o Sol que ilumina as nossas vidas, que ele é que nos faz calor, e que aquece nossos corações.
Talvez um dia acaba essa ilusão de que sem o Sol, não viveríamos. Que sua luz é necessária para nossas vidas.
Sim, prescisamos de luz para sobreviver.
A beleza exuberante do dia, o Sol ilumina o céu inteiro, muitos ficam pasmos com o "sol".
Mas apenas com o Sol.
Seria o Sol uma farsa? Que apenas tenta ser superior as outras belezas que existem no universo? Seria o Sol o grande traiçoeiro?
Não.
O Sol é sim, uma coisa bellísima, uma coisa que alegra nosso dia todas as manhãs, que fazería sim, muita falta para nós.
Mas o mundo dá voltas. A noite cai, E então vemos a verdadeira beleza que há! Mas não é a Lua, é a NOITE! A noite chega assim como o horizonte, que é tão belo quanto o que virá após ele, a Lua é tão humilde perante a sua beleza... Ah! Que beleza! Ela se destaca na escuridão da noite, a Lua deixa que as beleza inferiores se mostrem, essa é a sua beleza! As estrelas, são como súditas que seguem sua rainha, estão sempre ao redor dela, fazendo com que seja ainda mais bela. Talvez o "sol não entenda isso" até hoje, que se ele mostrar apenas a sua beleza, esconderá outras pequenas, que o poderia deixar mais belo ainda.
Sim, o Sol é egoísta, tão egoísta quanto uma criança a negar seu pirulito a outra. Mas o Sol não é uma criança. O Sol é uma estrela, assim como todas as outras que ele esconde. Que ele esconde até sem perceber.
Que falta de sorte tem o Sol, ele vai embora justo quando a noite chega, talvez se ele vesse o exemplo da Lua, poderia chegar aos pés dela.
Poderia ver os corações apaixonados.
Poderia vez os poetas se inspirando.
Poderia ver crianças exaustas, de tanto correr e brincar, caírem solenemente nas suas camas.
Poderia sonhar, junto com as outras estrelas, e junto com todo o mundo, que sonha perante a elas, que se únem numa beleza só, A Noite.

(algumas pessoas são como o Sol, você é uma delas?)